"Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes , de repente , bate-me a natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso , perturbado , querendo perceber
Não sei bem como nem o quê....
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim , porque assim o sinto ,é que é meu dever senti-lo...." Fernando Pessoa como Alberto Caeiro